quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Nada de Novo

NADA DE NOVO

Mais um ano; mais uma novidade; nada de novo; tudo acontece nada muda; as horas passam, os dias passam, os anos passam; o tempo, inclemente, soberano passa por entre a alma e o corpo enrijecendo músculos, juntas, e a pele se rompe enfraquecida, fragilizada ante o sopro da vida que se esvai lentamente; é a obra da vida pelo que vivemos. Pelo que vivemos? Então é só isso a vida? Um passar-se despercebido entre milhões sem destino, sem anelos, sem objetivos? É grandiosa a obra da criação! É preciso que seja muito mais a razão da vida do que esse eterno comer, sonhar e sobreviver! Sobreviver pra que e por que? O que nos está reservado alhures? Qual será a nossa contribuição nesse ciclo terreno? Ciclo terreno, essa parece ser a chave do segredo da vida. Existirão outros ciclos? Não importa, esse é o único que conta agora. A luz que atravessa o prisma transforma-se em raios multicores de energia à serviço da humanidade. Aqui estamos, prismas divinamente criados, à busca da transformação da luz que recebemos ao chegarmos ao planeta e espargirmos os raios resultantes em formas de energia úteis ao sistema vital. Milhões de prismas luminosos irradiariam tantos raios que o ódio sucumbiria ante as ondas do amor, um tsuname de amor ao próximo tão formidável que, tal qual as trombetas de Jericó, não restaria pedra sobre pedra da intolerância, do egoismo, da usura, do mal afinal… E o tempo passaria da mesma forma, tranquilo, inclemente, mas feliz em seu sorriso multicor, e o corpo não sentiria a alma estraçalhada, mas serena em mais um ano de vida… Mais um ano… Tudo de novo… Tudo novo, pois nova é a esperança e esperança é vida… O corpo revigora-se, a alma renasce a cada Natal, porque Natal é renascimento e se pode dizer que é um ano novo diferente daquele que se foi porque as esperanças foram renovadas, os sonhos refeitos… O corpo todo em júbilo exclama: Levanta-te, é mais um ano… Mais um ano…