sexta-feira, 30 de março de 2012

Caramba que silêncio...

Saudades dos tempos da Pinheiro Machado...O táxi chegou...

Tem banco de veludo...não mexam em nada ...tira a mão daí...Vão com Deus...

Olha a pata do cachorro do Normando...acho que quebrou...Papai chegou...

Trouxe arco e flechas...vamos lá pro fundo do quintal...Cuidado pra não se flecharem...

O copo entornou de novo na mesa... vai pro chão...Parem de rir senão vão também...

Eu lavo a varanda...você o quintal...o banheiro hhuurgghh...Ela não, ainda é muito pequena...

Quanta música...olha o tom...toca aquela que fala de...sei lá...Toca a da Alcione...

Pra onde vamos...vem pra cá...quem sabe no fim do ano...Mamãe já vai...


Feliz Aniversário, onde quer que esteja...


Caramba que silêncio...

Edmar Ribeiro

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Nada de Novo

NADA DE NOVO

Mais um ano; mais uma novidade; nada de novo; tudo acontece nada muda; as horas passam, os dias passam, os anos passam; o tempo, inclemente, soberano passa por entre a alma e o corpo enrijecendo músculos, juntas, e a pele se rompe enfraquecida, fragilizada ante o sopro da vida que se esvai lentamente; é a obra da vida pelo que vivemos. Pelo que vivemos? Então é só isso a vida? Um passar-se despercebido entre milhões sem destino, sem anelos, sem objetivos? É grandiosa a obra da criação! É preciso que seja muito mais a razão da vida do que esse eterno comer, sonhar e sobreviver! Sobreviver pra que e por que? O que nos está reservado alhures? Qual será a nossa contribuição nesse ciclo terreno? Ciclo terreno, essa parece ser a chave do segredo da vida. Existirão outros ciclos? Não importa, esse é o único que conta agora. A luz que atravessa o prisma transforma-se em raios multicores de energia à serviço da humanidade. Aqui estamos, prismas divinamente criados, à busca da transformação da luz que recebemos ao chegarmos ao planeta e espargirmos os raios resultantes em formas de energia úteis ao sistema vital. Milhões de prismas luminosos irradiariam tantos raios que o ódio sucumbiria ante as ondas do amor, um tsuname de amor ao próximo tão formidável que, tal qual as trombetas de Jericó, não restaria pedra sobre pedra da intolerância, do egoismo, da usura, do mal afinal… E o tempo passaria da mesma forma, tranquilo, inclemente, mas feliz em seu sorriso multicor, e o corpo não sentiria a alma estraçalhada, mas serena em mais um ano de vida… Mais um ano… Tudo de novo… Tudo novo, pois nova é a esperança e esperança é vida… O corpo revigora-se, a alma renasce a cada Natal, porque Natal é renascimento e se pode dizer que é um ano novo diferente daquele que se foi porque as esperanças foram renovadas, os sonhos refeitos… O corpo todo em júbilo exclama: Levanta-te, é mais um ano… Mais um ano…

sábado, 17 de dezembro de 2011

Impressões mentais

Num primeiro momento ela estava com medo. Dizia precisar ir a um lugar mas não queria que eu a levasse porque era um lugar muito feio. Ia pedir a um conhecido que a levasse.”

São as impressões da decomposição do corpo físico gravadas no corpo mental. Ainda há pouco, com o colapso do corpo vital, a vida acabara por deixar o corpo físico. Órgãos, tecidos e sistemas se desintegram. Aquela energia recebida do planeta agora retorna à fonte. A lâmpada se quebrou. A energia retorna ao gerador. Entretanto as paixões, os desejos, os sustos, as apreensões, permanecem além da morte e aquelas lembranças da desintegração do corpo são vivas agora e parecem estar em algum lugar muito feio, até horrível às vezes.

Num outro momento estava ela em uma espécie de ônibus ou coletivo bem cheio. Tive muitas dificuldades para chegar até lá. O acesso estava dificultado com muitos obstáculos. Após algum esforço consegui chegar. O lugar estava vazio. Procurei sua bolsa vermelha e não achei. A pessoa do lugar ao lado informou que ela havia sofrido uma tentativa de estupro. Finalmente consegui contato. Ela estava mais jovem, cabelos aloirados e muito nervosa. Dizia que um cidadão se dizendo meu amigo, com 2,95 metros de altura havia tentado o estupro e ela resistiu não se deixando envolver. Agora tremia muito e estava soluçante.”

São as lembranças do plano mental. Neste momento tudo vem à tona: paixões, acontecimentos, fatos marcantes, ilusões. Nosso inferno é mais real do que nunca. Prodígios da mente. Luz, aí, é imprescindível para minorar os sofrimentos. Nosso inferno é nosso; Ninguém passará por ele. O criamos e alimentamos por toda uma vida com desilusões, expectativas, sonhos desfeitos ou não realizados, temor, apreensões, agressões, posses materiais, pecados contra a carne, contra a humanidade, principalmente contra a consciência. Tudo isso fica registrado na mente, no corpo mental. E agora, livre das cadeias físicas e do jugo do ego, afloram livremente e parecem tormentos.

Hoje me pareceu mais tranquila, mas um tanto indiferente, semblante sério, mais adulta. Envolvida por um ambiente nublado parecia estar em dúvidas em relação a mim, aquele ar meio desacreditado, como em tantas cenas de ciúmes.”

O momento é dela e tem que ser respeitado. Resta-me desejar mais luz no caminho que lhe resta e que só ela pode seguir.

Estou mais contente. Parece que a situação está melhorando. Desenvolvo esforços para manter as conexões dos nossos corpos mentais o mais possível. A vela que acendi numa tentativa material de significar a luz espiritual que desejo, bruxuleante no inicio, apagou-se várias vezes, mas, teimoso, reacendi tantas outras e por fim firmou-se. A parafina, ou similar, não parecia de boa qualidade, tanto que na seguinte a chama estava perfeita, firme e serena. Quem sabe os segredos da eternidade?

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

...e perdemos a luta

Perdemos...Perdemos a luta para o invasor implacável e poderoso. Tomou de assalto os pulmões, espalhou-se pelos ossos e assentou-se vitorioso no cérebro, liquidando com as chances de vitória. Foram meses terriveis de batalhas. Lutamos o mais que pudemos, no fim, já para aliviar as dores, que eram muitas. No inicio foram os cabelos. Ainda havia esperança. A energia foi se dissipando. A musculatura não obedecia. Mal conseguia manter-se de pé com ajuda extra. A voz embargava, as dores se multiplicavam e sempre dizendo "vou ficar boa". Quando a consolavamos dizia "tá bom". E o agente natural, enviado da morte, assumiu todo o corpo, CTI, colapso do corpo vital: insuficiência respiratória e falência múltipla dos órgãos, os rins, os pulmões, os intestinos, coração e cérebro. Eram 20:45 horas do dia 18 de Novembro de 2011. Descansou...

Agora, verdadeiramente um Anjo, imersa naquelas flores amarelas, parecia nos passar tranquilidade e satisfação de enfim ver a familia reunida, nessa última viagem em direção ao infinito. Foi reunir-se à mãe, ao seu destino, a Deus e nos deixou saudosos e felizes de termos podido privar de sua presença alegre, decidida, ativa e impetuosa, neste últimos 50 anos. Ela preenchia a casa, o mundo, os nossos corações. Jamais será o mesmo o tempo que houver para nos acostumarmos com a realidade da sua ausência. Sobreviveremos no seu amor...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Humor Negro em Familia

- “Gente, eu estou com fome, vocês querem me matar?”
FILHA 2 - “Calma mãe que já estou preparando o rocambole ao creme de queijo”
FILHA 3 – “Mas só vai comer se tiver tomado o decadron e o oxcontin”
FILHA 1 – “Essa história toda só vai acabar mesmo com o fim do quinto manvantara. 2012 vem aí”
NETA 1 – “Hoje eu estou mocinha”
NETA 2 – “Espelho, espelho meu...”
GENRO 1 – “Aêêêêê…..”
MARIDO – “Mundo, sirva-me!”
GENRO 2 – “Vai um bacon aí?
NETO 4 – “O Justin que se cuide”
O FILHO – “Aproveita e mostra as fotos de eu preparando os buracos lá em casa, vocês vão adorar”
NETO 1 – “Se bem que vó a gente só tem uma, né. É a que ajuda a gente”
NETO 3 – “Meu pai bem que diz que familia é só mulher e filhos”
NETO 2 – “Não dá pra sair antes aquele bolo de mandioca?”
NETA 2 – “Só um pouquinho, já estou indo...”
GENRO 1 – “Aêêêêê…..”
MARIDO – “Vou ver fuuuuutebol”
“Vocês querem mesmo é me matar de fome, não é possivel tanta demora pra um almocinho”
FILHA 2 – “Já vou servir. Está tudo pronto. Pode ficar calma”
FILHA 3 – “Mas tem que tomar o deocil e o endofilim”
FILHA 1 – “Na próxima geração remédios não serão necessários”
Convidado – “AhamHam, numa visão apocaliptica você acha que melhoraria, aham, as condições universais? Qual a sua opinião? Aham”
Irmã – “Segundo meus quadros a moldura não será muito conveniente, inclusive devo viajar nesse fim de semana”
Sobrinha – “O que tem de gostoso na geladeira?”
NETA 1 – “Fiquei mocinha!!!”
NETA 2 – “Essa escova...”
GENRO 1 – “Aêêêêê…..”
MARIDO – “Mundo, sirva-me!”
GENRO 2 – “Vai um bacon aí?
NETO 4 – “O Justin que se cuide”
O FILHO – “Mãe aproveita e pede lá pro dono do céu pra dar uma forcinha naquele concurso que eu fiz”
RESUMO:
“Tanta coisa acontecendo e nós  aquí na praça dando milho aos pombos”
Acordem!!!!!

domingo, 6 de junho de 2010

Meu Anjo…

Meu Anjo assumiu-se mulher e casou-se comigo… Éramos bastante jovens, eu e meu Anjo… Foi uma felicidade total…. Tudo era novidade… Tudo era alegria e felicidade… Vieram as crianças… Viajamos… Passamos nossas alegrias em outras terras… Sempre juntos ainda que muitas vezes separados… Turnos… Obras… Amantes… Viagens… Nada nos separou… Continuamos juntos…Nem a cadeia conseguiu nos separar… Foi difícil, mas continuamos juntos, eu e meu Anjo…

Agora, um flagelo quer nos separar… Flagelo também é das coisas divinas… Diz estar cumprindo ordens superiores… Meu Anjo sofre… Era azul, mas está verde naquele leito de enfermaria… O flagelo quer levar meu Anjo para iluminar outras plagas… Sabe da capacidade do meu Anjo de se ocupar dos entes queridos… Tem sido assim conosco… Sempre na frente das coisas, dos acontecimentos… Meu Anjo nos criou a todos… filhos distantes… filhas dedicadas… marido ausente… todos dependentes seus… Meu Anjo está cansado mas não quer se despedir de nós… Distribui amor às escâncaras embora não o receba na mesma medida… Meu Anjo é incansável… limpa… arruma… lava… reclama… cobra… insistentemente… incansavelmente…

Meu Anjo sofre… Nós sofremos o medo de perdê-la… Não, esse flagelo não pode vencer… Nós o venceremos… Lutaremos de todas as formas e o venceremos… Não pode levar meu Anjo, nosso Anjo.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Após a morte…

Foi um sonho, mas parecia real; infinitos tubos vermelho alaranjados que terminavam em alguma área às vezes luzidia; cada tubo uma alma flutuante em direção ao topo reluzente num movimento suave e constante como fumaça a se expandir em consonância com algum som universal. No topo, vez em quando, um lampejar mais forte, como a permitir alguma ação, quiçá importante, pois ao realizá-la nos aproximamos mais do topo à medida que nos afastamos dos laçõs terrenos; dava para se ouvir lamentos e sussurros pedindo ajuda, uma informação que fosse talvez na curiosidade do que haveria “no outro lado”, mas a aproximação na direção da luz oblitera o sentido material e a comunicação pode se tornar impossivel.

Tive medo! Medo de me aproximar da luz e perder a comunicação com os que amo; mas como esquecer a maviosidade daquela luz e daquele som? Deve haver um propósito divino neste movimento de expansão constante da consciência a se fundir em uníssono com o som universal, um retorno às origens, e de maneira inexoravelmente aleatória, como o movimento do universo.

Não me foi dado ver ou sentir o propósito da vida material, aquele momento em que as vibrações universais se concentram em um novo ser, mas pelo menos entendi porque não se pode voltar da morte: é como se não houvesse morte, apenas um retorno ao Grande Movimento Universal, tal qual na lâmpada queimada quando a energia que acendia o filamento agora retorna aos polos do gerador; não dá para separar a energia do todo, a não ser através de uma nova lâmpada, uma nova vida.