terça-feira, 25 de agosto de 2009

Breve comentário sobre indagações pessoais de natureza existencial

Ao nascermos, a absorção de Aleph consubstancia a vida nesse plano concomitantemente com o ar nos pulmões promovendo alteração vital no sistema nascituro. A criança chora como chorará quando lhe faltar a chupeta ou a alimentação, mas este não deve ser considerado como um estado de infelicidade ou “sofrimento”. O Homem não está fadado a sofrer. Pode constituir para si uma vida de sofrimento ou de prazeres, nenhuma eterna ou permanente. Aos pais caberá o ponto de partida, a sociedade completará a obra. É relativamente simples: “Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”.

“O que está em cima é como o que está embaixo”.

O grão de areia possui a mesma natureza e organização de um sistema solar, aí a beleza e a perfeição da Criação. Seria isto um mal? Por isto o Homem não está fadado a sofrer. A questão do sofrimento eterno é apanágio dos sistemas religiosos para a cultura do perdão divino, a imposição do pecado original como razões de sobrevivência da igreja com um aceno de vida eterna após a morte. A Terra seria então um Vale de Lágrimas. Seríamos todos cainitas, sistemas corrompidos desde a criação. Isto é terrível! É a própria negação do Criador! Um Ser de suprema bondade que cria criaturas fadadas ao sofrimento. Uma ignomínia, um contra-senso! Decididamente o Homem não está fadado a sofrer. O Homem está fadado às coisas boas da vida, à felicidade, ao bem comum em acordo com as leis do Universo. O sofrimento advém da transgressão dessas leis. O quanto foi conseguido nesse último milênio, após o desvencilhamento das amarras da religião? O quanto teríamos avançado não fora a interpretação errônea das lições do Calvário?

O conceito de bondade e maldade está no campo da dualidade. São conceitos complementares e co-existentes. Um é a ausência do outro como dia/noite, luz/trevas. O deus de suprema bondade é invenção cristã, originando assim um deus de suprema maldade, seu Antígono, copiando um sacerdote da antiga Pérsia, Zoroastro, quem primeiro separou o bem do mal em entidades distintas, Ormazd e Ahriman. Um homem não é essencialmente maldoso assim como não é essencialmente bondoso durante toda sua existência, logo, o justo é que ambos tenham o mesmo destino. As diferenças constituirão o que se convencionou chamar-se ajustes cármicos na roda da vida. Esta teoria da reencarnação parece mais justa e fornece muitas explicações que de outra forma pareceriam meros caprichos de deuses.

Os Puranas acenam com uma maravilhosa solução para o mistério: VISHNU, suprema bondade, e SHIVA, suprema maldade, coexistem e se completam na mesma trindade com BRAHMA, o dispensador da vida. Os três são um, o múltiplo criador. Inferno, céu, paraíso, limbo, podem ser considerados como níveis de auto-purificação da consciência humana. O homem é o único animal com livre arbítrio: pode escolher ou modificar o seu caminho. É a grande condição que o diferencia dos animais propriamente ditos. Por isso nos chamam racionais. Inferno e céu podem coexistir em um mesmo espaço diferenciados somente pelos níveis de vibração, como, por exemplo, a existência de ondas de matizes vibracionais diferentes (calor, FM, VHF, UHF, radio, ultra vermelho, infravermelho) numa mesma região do espaço sem que uma interfira com a outra. Nesse caso todas as formas de onda coexistem individualmente constituindo universos paralelos próprios. Nossos demônios habitam nosso próprio inferno, nossos anjos habitam nosso próprio céu. Podemos conhecê-los e optar.

QUESTÕES:

  • O QUE É A MORTE SENÃO UM RENASCIMENTO EM OUTRO PLANO?
  • POR QUE TEMEMOS A MORTE SE NÃO LHE CONHCEMOS A NATUREZA?
  • SE NÃO A CONHECEMOS COMO SABER QUANDO A ENCONTRARMOS?
  • QUEM MORRE, O EU VERDADEIRO OU O EU MATERIAL?

BIBLIOGRAFIA:

Os Puranas

A República

Krisnamurti

O Ponto de Mutação

Um comentário:

Edy Ribey disse...

Faz todo o sentido, o Bem e o Mal caminham juntos e o verdadeiro sentido da vida, quem norteia é o próprio homem.
Percebemos isto mais nitidamente quando educamos nossos filhos para uma vida que só ele poderá definir e definirá, porém, para ele mesmo. É difícil e demora a cair a ficha, mas nossa vida depende só de nós mesmos, devemos entender esse processo e cada vez mais investir em nós mesmos.
Hoje busco estudar mais como forma de recuperar um tempo que eu mesmo resolvi perder.
Realmente nessas horas não devemos nos preocupar com a morte e sim com a vida que ainda teima em nos seguir.